terça-feira, 13 de março de 2012

Volume de dívidas em atraso no Brasil sobe em fevereiro

18:17

Ao mesmo tempo, um percentual ainda maior de pessoas conseguiu limpar o nome. Empresa registrou aumento de 30% no número de consumidores que acertaram suas dívidas em atraso em relação ao ano passado.

 
No mês de fevereiro, o volume de dívidas em atraso no Brasil subiu. Mas, ao mesmo tempo, um percentual ainda maior de pessoas conseguiu limpar o nome.
O gerente de call center Paulo Rogério Santana está perto de tirar das costas um peso que carrega há dois anos. Na época, ficou desempregado e não conseguiu manter as contas em dia. “É muito difícil, porque a gente com filho pequeno, precisa comprar alguma coisa e às vezes não tem como pagar à vista, a gente se sente mal em não poder comprar, em não poder financiar a situação”, revela.
Mas Paulo Rogério encontrou um novo emprego. Agora é gerente de call center e vai usar o dinheiro das primeiras férias pra pagar a divida com o cheque especial: “Vou deixar a viagem para outra ocasião, aí eu vou aonde eu quiser, porque eu vou estar com nome limpo”.
Começo de ano costuma ser um período em que menos gente procura os credores para limpar o nome, mas não é o que está acontecendo. Uma empresa de proteção ao crédito registrou em fevereiro um aumento de 30% no número de consumidores que acertaram suas dívidas em atraso em relação ao ano passado.
Os economistas tentam entender o fenômeno fora de época. Renda, emprego e a retomada da confiança são parte da explicação. Até mesmo quem ganha a vida organizando as contas dos outros às vezes se perde. “Eu sou contador. Casa de ferreiro, espeto de pau. Agora vamos tentar uma boa negociação.”, diz João Raimundo.
E o momento é bom para renegociar.
“Com a queda dos juros, fica mais fácil para o consumidor pagar suas dívidas vencidas. Trocando dívidas mais caras, antigas, por dívidas mais novas, aproveitando as atuais taxas de juros mais baixas”, diz diretor do Serviço Central de Proteção ao Crédito, Fernando Consenza.
O cenário só não é melhor porque a fila da inadimplência aumentou em fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado. Nela, é comum encontrar pessoas empregadas há bastante tempo, mas que em algum momento perderam o controle das finanças porque abusaram do crédito fácil.
A funcionária pública Viviane Dias admite que andou gastando demais, principalmente com sapatos: “Tudo no crédito. Cheque de 30, 60, 90. Você se ilude, não é?”
Depois que recuperar o crédito, pretende se controlar mais. “Se eu tenho em casa, para que comprar mais? Eu só tenho dois pés”, afirma a funcionária pública.

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