segunda-feira, 18 de junho de 2012

Prefeito do PMDB de Ipu tem prisão decretada e está foragido

10:12

Operação da Procap e da Polícia Civil cumpriu oito mandados de busca, apreensão e prisão em Fortaleza e Ipu. Até a noite de ontem, três acusados continuavam foragidos, entre eles o prefeito de Ipu, Sávio Pontes (PMDB)

 
RAFAEL CAVALCANTE, EM 28/7/2011
Banheiros custeados pela Secretaria das Cidades ficaram inacabados em Ipu

O prefeito de Ipu, Sávio Pontes (PMDB), e outras duas pessoas acusadas de envolvimento no escândalo dos banheiros estão foragidas, segundo o Ministério Público do Estado (MPE-CE). Eles e mais cinco pessoas foram alvos de operação da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), que, com auxílio da Polícia Civil, cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão, em Fortaleza e Ipu, na manhã de ontem.

Todos são acusados de envolvimento no desvio de parte da verba de R$ 3,1 milhões, que deveria ser destinada à construção de kits sanitários. Entre os presos está o ordenador de despesas da Secretaria das Cidades na época do escândalo.

Em Ipu, além do prefeito, tiveram prisão decretada o ex-secretário de Finanças do município, Roberto Eufrásio de Alencar, três membros da comissão de licitações da Prefeitura e um engenheiro (Eucélio Fernandes de Mesquita, Tácito Guimarães de Carvalho, Marcelino Cordeiro Maia e Francisco Eduardo Farias).

Em Fortaleza, foram presos dois ex-servidores da Secretaria de Cidades do Governo do Estado, Sérgio Barbosa de Sousa e Fábio Castelo Branco Ponte de Araújo. Fábio era coordenador Financeiro da Secretaria das Cidades e suspeito de ser responsável pela liberação dos pagamentos irregulares.

Até o início da noite de ontem, segundo a assessoria de imprensa do MPE-CE, continuavam foragidos Roberto Eufrásio de Alencar e Eucélio Fernandes Mesquita, além de Sávio Pontes. Os demais foram levados para a Delegacia de Capturas, no Centro.

Os mandados foram expedidos pelo desembargador Francisco Darival Beserra Primo, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE). O POVO teve acesso ao inquérito do TJ-CE. Em seu relatório, o desembargador cita entre os crimes do grupo: formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações, fraude de licitação e lavagem de dinheiro. Em sua decisão, Beserra Primo pede a prisão preventiva e a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos envolvidos.

“Realmente, o dinheiro público, de origem estadual, foi creditado na conta do município de Ipu e, a partir daí, esvaiu-se, rapidamente, sem sequer chegar a alcançar o destino a que fora proposto”, cita o documento.

O POVO conversou com o advogado do prefeito, Flávio Jacinto. Ele disse que iria ainda ontem ao TJ-CE se certificar do mandado de prisão e da documentação do caso. “Se tiver mesmo esse mandado, vou orientá-lo (o prefeito) a se apresentar à polícia amanhã (hoje) ou segunda-feira”, afirmou Jacinto. Segundo ele, Sávio Pontes permanecia em Ipu.


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